Design-based research

Como última temática, foi-nos proposto analisar um texto e reflectir sobre a investigação em inovação educativa. Pessoalmente, tive alguma dificuldade nesta fase, já que escolhi um texto que não me permitiu compreender de uma forma ampla, e principalmente paradigmática, o conceito de Investigação Aplicada sobre o Desenho (design-based resarch), o que me levou a ter de ler outros artigos sobre esta temática (mas aho que este é sempre o objectivo de qualquer UC). Trata-se de uma metodologia ou, segundo alguns autores, um paradigma de investigação que tenta pesquisar problemas educativos em contextos reais de actuação pedagógica. É uma abordagem que tenta salvaguardar o controlo experimental e simultaneamente a validade ecológica da investigação. Está centralizada na tentativa de resolver problemas educativos significativos e práticos. Tenta conciliar a robustez teórica, com o pragmatismo contextual, nomeadamente através de uma ligação colaborativa profícua entre investigadores e agentes educativos. De forma concisa, podemos caracterizar o Design-based Resarch como uma abordagem:

a) Pragmática, que tenta responder a questões práticas de contextos educativos reais;

b) Situada e contextualizada, já que tenta responder a problemas contextualizados e essa resposta não pode ser generalizada a todos os outros contextos educativos;

c) Interactiva, porque realiza-se através de uma avaliação e intervenção colaborativa entre investigadores e educadores que trabalham directamente nesse contexto;

d) Iterativa, porque está constantemente a ser reavaliada;

e) Flexível, pela característica mutável e permeável das múltiplas variáveis externas dos contextos educativos, faz com que os designs metodológicos permitam mudanças ao longo do processo de investigação, de forma a adaptar esta metodologia a esse mesmo contexto;

f) Integrativa, já que, mais do que uma metodologia esta abordagem é um novo paradigma investigativo, que pode ser implementado tendo por base um conjunto de abordagens e metodologias de investigação nomeadamente de recolha de dados;
Apesar destas vantagens, parece ainda existir várias dificuldades e problemas relacionados com esta abordagem, nomeadamente:

a) Envolver grandes custos financeiros e temporais, já que compreende vários actores (investigadores e intervenientes educativos) e pode avolumar-se em longos períodos de tempo;

b) Não existem normas que identifiquem claramente quando deve finalizar ou deve ser continuado determinado projecto, designadamente pela seu carácter interactivo, iterativo e flexível;

c) O tempo gasto em pesquisa na escola deve ser utilizado com algum cuidado, já que esse tempo é normalmente muito escasso;

d) Algumas pesquisas neste campo tendem a se iniciar já com uma “solução”, antes de se analisar os resultados;

e) Pode gerar excesso de dados, o que levanta problemas na sua análise – o esforço requerido para analisar estes dados, pode não ser compensatório proporcionalmente às contribuições pedagógicas dai resultantes;

f) Pelo seu carácter situado, a generalização é limitada.

Tal como referi num dos fóruns no Moodle, tenho ainda muitas dúvidas sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem. Considero, sem dúvida, que o carácter prático desta abordagem é uma mais-valia para solucionar problemas educativos práticos, mas os custos envolvidos parecem-me ser demasiadamente elevados, tendo em consideração os resultados obtidos (até porque estes são apenas situados e não generalizáveis a todos os contextos). Mesmo assim, considero que foi importante, nesta UC, ter um maior conhecimento desta abordagem, para que possamos abrir novos horizontes metodológicos para serem utilizados na investigação final da nossa dissertação. Considero que necessito de continuar a ler mais exemplos de investigações que tinham por base esta abordagem, de forma a adquirir criar uma opinião mais sólida sobre as vantagens e desvantagens desta.












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