Estrutura da
tese
1 - Introdução (Contextualização, questões de investigação, pertinência
da investigação, estrutura da tese, critérios adotados no texto e preocupações
éticas);
2- Enquadramento teórico;
3- Metodologia Aplicada (design de investigação, fases da investigação,
técnicas de recolha dos dados, triangulação metodológica, moldura integrada de
análise dos dados);
4- Análise e interpretação dos dados;
5- Conclusões e Implicação do estudo (incluindo limitações)
Bibliografia
Questões de
Investigação
Qual a
influência que um ambiente colaborativo, suportado pela Web 2.0, onde os alunos
não estão sujeitos a avaliação e onde participam voluntariamente, pode ter na
sua aprendizagem, em particular no seu desempenho escolar, e contribuir para a
formação de aprendentes ao longo da vida?
Sub-questões:
1. Em que medida as interações entre os estudantes e professores ou
especialistas proporcionam aos alunos experiências de aprendizagem que permitam
o acesso ao conhecimento, num ambiente autêntico?
2. Em que medida os encontros de fronteira (exposição a diferentes
práticas) potenciam a aprendizagem, entendida como transformação do knowing?
3. Como é que a participação dos alunos em comunidades virtuais de
aprendizagem se traduz em resultados concretos?
4. Quais os principais entraves à participação dos alunos nessas
comunidades? Como eliminá-los? Que mudanças são necessárias?
5. Em que medida estes ambientes exigem alterações no papel do
professor?
6. Que circunstâncias propiciam a emergência e sustentação destes
ambientes?
7. Quais são as principais dificuldades que se deparam à
implementação, dinamização e manutenção destas comunidades? Que ações tomar para
minimizá-las?
Opções Metodológicas
Tipo de Metodologia
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Contexto de investigação
|
Sujeitos participantes
|
Design-Based
Research
(mais especificamente
Cultural psychology DBR*)
|
Comunidade Web 2.0"FQ
em Rede"
|
Todos os participantes da comunidade (comunidade
aberta, mas criada para uso principalmente para
alunos e docentes da
disciplina de
Físico
Química - ensino secundário)
|
*Cultural psychology DBR - já
que se foca na formação e sustentabilidade de microculturas educacionais,
reconhecendo no estudo a influencia social circundante.
Técnicas de Recolha
|
Técnicas de Análise
|
-
Observação Participante - para além de construir
a plataforma a investigadora também participou
regularmente como membro ativo da comunidade. Em
termos práticos, a observação participante
resultou no
registo sistemático de informação,
impressões, ideias e hipóteses no diário do
investigador e
em registos textuais de diálogos, chat
e e-mails trocados com os restantes
participantes;
|
|
-
Questionários online (LimeSurvey) - Três
questionários online intercalares, no final de
cada ano letivo, com o objetivo de
aferir
como é que a comunidade estava a ser
percecionada pelos seus membros e preparar a
intervenção para o ano seguinte. No fim da
investigação foi difundido um questionário final
online, mais detalhado;
|
Os dados foram
tratados em termos estatísticos simples:
nas questões que tinham associadas itens
de Likert, foram calculados os valores
médios das repostas e respetivos desvios padrão;
nas restantes questões foram tratados em termos
de frequência das respostas às várias hipóteses
indicadas (amostra: 1º questionário-
; 1º questionário - 12 ; 2º questionário-
49 ; 3º questionário- 24; Questionário Final -
115)
|
-
Entrevistas semiestruturadas (Skype
ou videoconferência do Facebook )
- Aplicadas no final da investigação
entrevistas distintamente a professores e alunos
da comunidade.
|
Todas estas entrevistas foram transcritas para
posterior análise de conteúdo. A análise do
conteúdo foi efetuada recorrendo ao software
NVivo 10 (versão trial), para o qual foi
importado todo o conteúdo transcrito e no qual
foi codificado e analisado. O critério de
recorte na análise do conteúdo das entrevistas
foi semântico, a categorização das unidades de
sentido foi efetuada com base num sistema de
categorias predefinido pela investigadora.
|
-
Analytics do site (Google Analytics) -
Visualizar as estatísticas de acesso e
utilização da plataforma
(áreas do site mais consultadas,
origem e natureza do tráfego,...);
|
- Análise das Redes Sociais - Para analisar
as redes sociais estabelecidas no contexto dos
vários fóruns de discussão na comunidade foi
utilizadoo software
UCINET
6.268 para
Windows
7 (versão trial) e o programa
NETDRAW
2.091, que permite a visualização das
matrizes de interações na forma gráfica. Esta
representação gráfica fornece um conjunto de
elementos que esclarecem situações inerentes à
troca de informação entre o grupo e entre pares
de atores, facilitando tanto a análise global,
como individual. Análise com redes de 1-modo
permitiu localizar a análise das interações a
três níveis: individual, grupal e global; a
análise com
Redes de 2-modos permitiu verificar grau de centralidade da
discussão e dos atores e a densidade da rede em
termos dos participantes ativos
|
-
Análise
de conteúdos do site - Foram selecionámos
algumas discussões que, do ponto de vista da
investigadora, melhor ilustram algumas das
pequenas dinâmicas emergentes no contexto da
comunidade
|
Recorreu
ao software Cohere, gratuito e
livre, que é descrito como uma ferramenta que
permite criar, conectar e partilhar ideias.
Mediante uma barra de ferramentas que ficou
instalada no browser da investigadora, o
Cohere permitiu etiquetar, codificar ou
memorizar o conteúdo do nosso site
diretamente na página Web onde foi criado, sem
ter de o transcrever para outro software. O
software permite a visualização da rede de
conexões estabelecidas online durante o processo
de análise de conteúdo. Todo o conteúdo
selecionado é reunido no site do próprio
software Cohere, onde se podem gerar e
visualizar os mapas que detalham as relações e a
qualidade das interações entre as diferentes
intervenientes.
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- Análise das Redes Sociais- analisar as redes
sociais estabelecidas no contexto dos vários
fóruns de discussão na comunidade
|
Para analisar as redes sociais estabelecidas
no contexto dos vários fóruns de discussão na
comunidade foi utilizadoo software
UCINET
6.268 para
Windows
7 (versão trial) e o programa
NETDRAW
2.091, que permite a visualização das
matrizes de interações na forma gráfica. Esta
representação gráfica fornece um conjunto de
elementos que esclarecem situações inerentes à
troca de informação entre o grupo e entre pares
de atores, facilitando tanto a análise global,
como individual. Análise com redes de 1-modo
permitiu localizar a análise das interações a
três níveis: individual, grupal e global; a
análise com
Redes de 2-modos permitiu verificar grau de centralidade da
discussão e dos atores e a densidade da rede em
termos dos participantes ativos
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Preocupações
éticas
Os sujeitos analisados como participantes na rede social, não foram
informados de que os seus contributos estavam a ser analisados, mas a autora
considera que ao registarem-se em
espaços sociais abertos os participantes sabem que os seus comentários ficam
disponíveis na Web pública, acessíveis a qualquer utilizador . Ainda assim, por
razões éticas, o anonimato dos autores dos comentários e da correspondência
mencionada no texto foi preservado atribuindo-lhes um nome fictício. Apenas a
condição de aluno, professor ou especialista foi mantida.
No caso das entrevistas semiestruturadas dirigidas a membros
pré-selecionados, os entrevistados forma informados da situação de investigação.
Os membros que aceitaram colaborar foram informados que o seu depoimento seria
gravado, transcrito e analisado tendo em vista um trabalho académico sobre a
comunidade. Sendo que seria preservado o anonimato do depoimento.
Descrição resumida da implementação
Este estudo decorreu durante 3 anos de
investigação e caracterizou-se pela criação e desenvolvimento, por fases, de uma
artefacto (A comunidade "FQ
em Rede"
criada na plataforma web 2.0 Ning). Importa referir que a investigadora foi
simultaneamente a primeira criadora do artefacto, sendo simultaneamente docente
da área científica trabalhada
nessa comunidade: a Físico Química.
Fase 1 – Estudo Piloto (jan – agost 2010)
- Divulgação da comunidade aos diretores de um grupo restrito de
escolas e a docentes da mesma escola da investigadora;
- As ações focalizaram-se principalmente no apoio dado os alunos em
torno das suas dúvidas nas matérias escolares;
- Técnicas utilizadas na recolha de dados: notas de campo,
questionário online aos membros da comunidade, entrevista semiestruturada a uma
docente membro da rede e estatísticas do siste (Google Analytics).
Fase 2 –
ano letivo 2010/2011
- Restruturação do artefacto (forma e conteúdo) tendo
em consideração a análise dados recolhidos na fase 1 :
“(…)iniciamos o ano na expectativa
de que a qualidade e quantidade de conteúdo a disponibilizar na rede seriam um
importante fator de retorno e fidelização dos membros(…)”;
- Divulgação
através de envio de e-mail a todos os diretores de escolas secundárias do país,
acompanhado de um cartaz de divulgação dirigido aos alunos (primeiro grande
aumento da população da comunidade). Criação de uma newsletter.
-
Várias restruturações dos conteúdos, tendo em conta a dinâmica da comunidade.
Destacar nova atividade em abril
de 2011: as conversas com especialistas e criando parceria da comunidade com uma
universidade (divulgar e apoiar a utilização dos laboratórios remotos)
- Questionário difundido a todos os membros
registados, em julho de 2011 (amostra 49 membros). Verificou-se uma dificuldade
em as respostas aos questionário surgirem sugestões concretas:
“(…) Evidencia-se a dimensão
individualista da vida na comunidade e da cooperação. O apoio é sentido, no
entanto, cada um age de acordo com os seus interesses e necessidades
individuais. Daqui se depreendeu que as atividades tinham de continuar a ser
criadas em articulação com estes
feedbacks (ainda que incompletos). Porém, organizadas e dinamizadas por
uma equipa nuclear (no mínimo pela investigadora) e apresentadas já no formato
final aos membros. Estes não dispõem de tempo, ou não concebem formas concretas
de se envolver ativamente no desenho da comunidade.”
Fase 3 –
ano letivo 2011/2012
- Nova restruturação do design e dos conteúdos do
artefacto, tendo em consideração o feedback recebido no final da fase 2;
- Nova fase de divulgação via e-mail, junto das
escolas, com cartaz dirigido aos alunos e uma nota explicativa aos professores
de Física e Química, alargando a divulgação às ilhas da Madeira e Açores. Foi
também realizada uma divulgação junto das federações desportivas e dioceses (não
se traduziu num afluxo de novos membros superior ao do ano anterior).
- Novas tentativas de aumentar a dinâmica da
comunidade: questionar os membros sobre temas que considerassem interessantes
trazer para debate nas conversas com os especialistas, contactos que
considerassem pertinentes, dois concursos (um de fotografia laboratorial e outro
de vídeo), convite a uma reconhecia especialista em Química para bloguista
residente, surgiu um outro professor que se tornou bloguista residente na área
da Física, webinars trimestrais
- Cessação do envio da Newsletter,
por se verificar que não
se traduzia em participação ou envolvimento acrescido;
- No final de dezembro 2011 novo questionário online
dirigido só a alunos e reunião informal com os alunos membros da equipa nuclear
da comunidade;
- Março de 2012 - Nova dinâmica de restruturação do
artefacto, tendo em conta os dados recolhidos.
Referência
Monteiro, V. C. (2014) Recriar espaços e ambientes de aprendizagem:
uma nova perspectiva sobre as comunidades virtuais de aprendizagem para jovens.
Tese de doutoramento, Universidade Aberta.
Consultado em Abril de 2014 em
https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/2945
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